como transformá-las em música. Novamente,
o principal fator para Herbert é encontrar um
equilíbrio entre igualar a energia e imediação
da música nas paradas e respeitar a integridade
das gravações fonte e das histórias contadas
por elas. “Você quer que a procedência seja
clara e que a história ainda seja transmitida,
e que a atmosfera ainda esteja ali. Não faz
sentido gravar um porco nascendo e o tratá-lo
para que ele soe indistinguível de uma guitarra.
Então existe uma tensão ali e esta tensão é algo
que eu estou sempre trabalhando, e às vezes
eu acerto e às vezes erro. Eu acho que é muito
difícil acertar o tempo todo.
“Eu uso várias técnicas diferentes. Uma
das principais costumava ser identificar um
áudio essencial que você acha que transmite
a história de maneira mais eficiente e depois
cortá-lo. Eu costumava fazer isso manualmente
e agora – eu não consigo decidir se isso é
bom ou ruim – o Logic corta em transientes e
o distribui no teclado em 10 segundos. Então,
basicamente, algo que eu passei os últimos
20 anos fazendo manualmente e tomou
horas e horas do meu tempo agora pode ser
feito de maneira incrivelmente rápida. Mas,
infelizmente, ele vai direto para os transientes,
enquanto que eu prefiro uma abordagem mais
aleatória.”
Acidentes acontecem
O pavor de Matthew Herbert de criar hábitos
preguiçosos ou se repetir o levou a algumas
decisões interessantes sobre como samples
realmente devem ser tocados. Ele não
gosta de samples que são implacavelmente
editados, ao ponto em que agora o seu
manifesto inclui uma proibição sobre cortar
o final de um sample. “Você toca de maneira
diferente se aperta uma tecla e o transiente é
ouvido um segundo depois. Isto lhe obriga a
tocar de maneira bastante diferente do que
se fosse imediato. E isso é algo que eu acho
hardware sempre foram mono. Eu gravei o
álbum [One Pig] inteiro em M/S, então pude
decidir se queria a imagem estéreo limitada ou
ampla. Eu pude extrair detalhes, ou tirar zoom,
mais em direção à atmosfera da sala. Então,
antes mesmo de começar a fazer música, antes
de montar a música, só isso – se a imagem
estéreo vai ser limitada ou ampla – já é uma
decisão artística para mim.”
Depois que as gravações não processadas
para um projeto como One Pig foram
transferidas com segurança para o seu novo
lar digital em um Mac, surge a questão de
Com calma
Uma área em que Herbert acabou
comprometendo a qualidade sonora pela
usabilidade foi na sua escolha de sampler. “Eu
mudei quase completamente, de maneira muito
relutante, para samplers, principalmente por
causa da rapidez de edição. Por exemplo, o
álbum do porco foi feito com gravações de seis
meses a um ano. Eu gravo em um Nagra V, em
um HD, e depois transfiro para um computador.
Então, para mim, é muito fácil arrastar e importar.
“Um habitual álbum meu acaba tendo de
duas a três mil gravações, e é melhor lidar com
todos estes dados no computador. Ainda não
soa tão bom quanto o Emu, que eu usei durante
um bom tempo. O meu sampler preferido ainda
é o primeiro Akai fabricado, o 612, porque ele
é como um sintetizador analógico, cheio de
knobs e botões, e você pode editar fisicamente
com dois sliders. Não existe nenhum menu
ou coisa parecida, então ele é mais intuitivo e
parecido com um instrumento, além de soar
maravilhoso. Mas, apenas de um ponto de vista
de gerenciamento de dados, infelizmente eu me
sinto obrigado a usar um computador.
“Além disso, eu sampleio tudo em estéreo,
mas entradas de microfone em samplers em
Os equipamentos valvulados high-end no estúdio
de Herbert incluem, a partir de cima, um equalizador
valvulado DW Fearn VT4, um compressor Retro 176, um
limiter Pendulum 6386 e um DI valvulado
Fearn VT3.
Herbert tem “cinco ou seis” microfones valvulados Lomo vintage russos e não
tem medo de usá-los para gravações externas.
DESTAQUE
116
Novembro 2011 / www.soundonsound.com.br
MATTHEW HERBERT • SAMPLEANDO RUÍDOS DE
UM PORCO
Manymanuals.com
Manymanuals.de
Manymanuals.fr
Manymanuals.it
Manymanuals.pl
Manymanuals.cz
Manymanuals.es
Manymanuals-pt.com
Commentaires sur ces manuels